Vida de advogado está cada dia mais difícil. Não é pela falta de clientes, não. Mas pela falta de estrutura que os tribunais deste país oferecem.
Todo advogado acaba “toreando” com os tribunais para poder garantir o exercício regular do direito do seu cliente. Quando falo em “torear”, estou quase afirmando de forma literal, pois tem vezes que quase precisamos chegar às vias de fato para que funcionários de alguns cartórios sejam mais eficientes.
Claro que existem os bons e existem até os ótimos funcionários em todos os cartórios. A grande maioria lhe dá a devida atenção e procura resolver aos seus pedidos. Mas o jogo de empurra continua valendo quando o processo cai na famosa vara “canil”, pois encontra uma verdadeira sinfonia de “ao autor” ou “ao réu”, “ao avaliador”, ao, ao, ao... e por que não? Au! Au! Au! O processo parece latir pela quantidade de “aos” existentes.
Pode parecer engraçado, mas, juro, não é. Ficamos soterrados de trabalho e o processo fica andando de lado, igual a caranguejo no mangue. Quando buscamos o processo em cartório e ficamos com ele por mais de 20 dias, aí vem a “lei e a ordem” intimando você a devolver, sob pena de busca e apreensão, como se o culpado pelo atraso infindável do processo fosse do advogado. Esquecem que, possivelmente, logo que o processo é devolvido em cartório, ele fica dormitando, sonhando e tendo pesadelos numa prateleira qualquer, que se dá o nome de processamento nº 47, por exemplo. Lá ele fica e ninguém tira. Parece que somente o acaso faz o processo andar.